domingo, 19 de julio de 2015

DR. RUSSEL NORMAN CHAMPLIN E O VÉU


DR. RUSSEL NORMAN CHAMPLIN
Autor da consagrada Obra: “Novo Testamento comentado versículo por versículo”, editora Arghos, 2002.  Esta obra literária exerceu grande influência na minha concepção sobre o véu. Somente 10 anos após batizar-me é que aceitei a doutrina do véu, pois pertencia a uma denominação evangélica que não adotava o véu como normativa cristã para as mulheres. Este erudito cristão não é um palpiteiro das redes sociais, metido a intelectual como somos acostumados a ver na internet. Seu comentário bíblico equivale a um livro de 20.000 (vinte mil páginas), ou seja, é uma pessoa que se aplicou muito no estudo da Bíblia, não é leigo nem moleque. Champlin mostra que do capítulo 11 ao 14, o apóstolo Paulo trata da ordem no culto:
V. Regulamentação da Adoração Cristã (I Cor. 11:2- 14:40). 1. O véu das mulheres (11:2-16).
11:2: Ora, eu vos louvo, porque em tudo vos lembrais de mim, o guardais os preceitos assim como vo-los entreguei.

NÃO USA O VÉU POR ERUDIÇÃO SUPERFICIAL
Champlin diz: “Paulo não aprovava as mulheres que não usassem o véu em determinadas ocasiões. muitas mulheres dali procuravam imitar as sacerdotisas pagãs em seus oráculos selvagens, que profetizavam com cabeça descoberta, [...] Por exemplo, virtualmente nenhuma denominação realmente requer que as mulheres usem o véu, um verdadeiro véu, aceitável para o apóstolo Paulo. O texto perante nós requer peremptoriamente o uso do véu, e toda qualquer outra interpretação é forçada, mal informada, resultante de uma erudição superficial ou mesmo desonesta. No entanto, «onde está o véu das mulheres!» De fato, é muito difícil encontrar essa prática em qualquer igreja evangélica moderna.”
CHAPÉUS NÃO SUBSITUEM O VÉU
Champlin discorda dos pequenos chapéus para substituir o véu: “Às vezes vemos pequenos chapéus ou panos de cabeça usados pelas mulheres crentes. Ora, isso não teria agradado e nem satisfeito ao apóstolo dos gentios. Ele recomendou e ordenou o uso do antigo véu oriental, que tinha o propósito de «cobrir» os cabelos, fazendo-os desaparecer da vista. Um chapeuzinho ou um pano de cabeça não é um véu.”

QUEM CRÊ NA BÍBLIA ESTÁ OBRIGADO A USAR O VÉU
Champlin apresenta a questão do véu como uma ordenança para os que creem que toda a Bíblia deve ser obedecida: “É extremamente desonesto dizermos que Paulo não requeria de fato o uso do véu, pois é fato indubitável que ele fazia tal exigência. Se alguém crê que as Escrituras Sagradas inteiras, bem à parte da questão dos costumes e do pano de fundo histórico e das convenções sociais, devem ser cumpridas, então esse alguém está absolutamente obrigado a aceitar que às mulheres crentes é ordenado não somente que usem o véu quando «oram ou profetizam», mas também que usem os cabelos longos. Tal véu deve ser autêntico, e não apenas um simulacro. Esse véu deve cobrir realmente os cabelos. Os substitutos modernos jamais teriam sido aceitos pelo apóstolo dos gentios, visto que não podem cumprir o propósito pelo qual foi exigido o véu para as mulheres. O véu era uma parte importante dos costumes sociais antigos, não sendo observado somente no seio da primitiva igreja cristã, havendo outras razões para seu uso que não mais existem.”
Muitos católicos sinceros se queixam do recuo da Igreja Católica na exigência do uso do véu durante o culto, agora quem fica constrangido é quem quer usar e acaba sendo observado com olhares de reprovação.

RECONHECENDO AS AUTORIDADES
11:3: Quero, porém, que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo.
Champlin considera que o erro maior da igreja de Corinto era não entender o princípio divino de autoridades: “Se por um lado os crentes coríntios exageravam a autoridade de seus heróis, de acordo com os quais criavam divisões denominacionais, por outro lado não percebiam a desordem reinante na congregação de Corinto no tocante às mulheres, o que se devia à sua ignorância quanto à hierarquia de autoridades.  Existe certa ordem decrescente de autoridade: cada ser tem o seu «cabeça». O cabeça, como diretor do corpo, representa a autoridade. Assim, de todas as famílias do céu e da terra, Deus é o cabeça. O Pai é o cabeça até mesmo de Cristo, e não somente na missão terrena deste, mas também dentro da própria Trindade o Pai é o cabeça e o Filho lhe é subordinado. 3. O Filho estabeleceu o exemplo. Seu Cabeça é o Pai, e é em obediência ao Pai que ele cumpriu e está cumprindo a sua missão (ver João 8:29). 4. Os filhos de Deus estão todos sujeitos a Cristo como o Cabeça, pois ele é o alvo de toda a sua existência, além de ser o poder que pode fazer deles seres participantes de sua própria natureza divina (ver Rom. 8:29). Portanto, o cabeça do homem é Cristo. O homem não é independente, mas dependente, porquanto nem ao menos é o senhor de seu próprio destino. A própria salvação consiste de crescermos em Cristo como o cabeça, em que contamos com ele como o cabeça de tudo. (Ver Efésios 1:10, 23). 5. A mulher não é espiritualmente inferior ao homem, mas está subordinada a ele nesta esfera terrena, especificamente a seu próprio marido. Não pode cumprir seu papel no seio da igreja, imitando as frenéticas sacerdotisas descabeladas e sem véu dos pagãos. Portanto, que ela faça certas coisas: que traga os cabelos longos, como lhe é natural (símbolo da autoridade de seu marido sobre ela), e que use um véu sobre a cabeça, em determinadas ocasiões, o que também lhe serve de símbolo de sua sujeição. Os pontos fortes e os pontos fracos da natureza feminina: Por igual modo, a mulher, embora da mesma natureza que o homem, e embora tendo o mesmo destino, está em posição de sujeição a ele. Até mesmo quando duas pessoas vão montadas em um cavalo, uma delas vai na frente e a outra atrás. Assim também o homem ocupa um primeiro lugar, tanto em sua casa como na casa de Deus. Naturalmente, isso tem dado margem a muitos abusos.”
RELAÇÃO DEUS-CRISTO E HOMEM-MULHER
Champlin faz uma comparação da relação entre Deus e Cristo e o homem e a mulher. Explanando o pensamento de Paulo, ele mostra que o homem não é superior em natureza a mulher, mas em hierarquia de comando, sendo o véu a simbologia desta relação espiritual: “O princípio da igualdade feminina com o homem não quer dizer que ela possa agir como bem entenda, tal como também não significa que o homem possa agir a seu talante. Há uma ordem divina a ser seguida. 2. Mas o princípio de igualdade entre os sexos significa que o homem também tem suas próprias responsabilidades. Não pode fazer da mulher uma escrava. O marido precisa reconhecer a elevada dignidade de sua esposa como uma pessoa, tratando-a com respeito e consideração. No lar, o marido deveria estabelecer uma democracia, ao máximo em que isso possa ser praticado, sem perder a sua liderança. Qual A Posição Do Filho Em Relação Ao Pai? 1. Este versículo era usado pelos arianos (e continua sendo usado por certos), na tentativa de demonstrar a inferioridade do Filho em relação ao Pai; pois, para esses, o versículo parece indicar um tempo em que o Filho foi criado, e que sua divindade é secundária, tendo-lhe sido «outorgada», ao invés de ser algo inerente à sua pessoa eterna. Outros versículos que parecem dar a entender a posição secundária do Filho, são I Cor. 3:23; Efé. 1:23; 4:15; 5:23 e Col. 1:18. O que Paulo queria que entendêssemos é que aquilo que ele dizia aqui expressa um «princípio geral», com muitas implicações, incluindo a posição e a função das mulheres crentes no seio da igreja, o que havia sido violado pelos coríntios, cujas mulheres viviam exageradamente emancipadas. «Visto que a cabeça pertence à mesma essência que o corpo, e que Deus é o cabeça do Filho, então o Filho deve ser da mesma essência do Pai». (Crisóstomo). «A mulher é da mesma essência que o homem, não tendo sido criada por ele; assim também o Filho não foi criado pelo Pai, mas é da mesma essência que o Pai». (Teodoreto). Certas ideias dos hebreus, acerca da dependência e inferioridade naturais da mulher, em relação ao homem, se derivam da declaração original do trecho de Gên. 3:16.”

AO HOMEM É PROIBIDO COBRIR A CABEÇA
11:4: Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta desonra a sua cabeça.
Champlin mostra que a despeito do judaísmo moderno adotar uma cobertura para a cabeça dos homens, o cristianismo não admite uso de qualquer cobertura na cabeça do homem quando oram:
“Para aqueles que visitam um a sinagoga ortodoxa hoje em dia, ao adentrarem na sinagoga, colocam um pequeno gorro sobre a cabeça, embora nunca um véu, pelo menos quando se dedicam à oração. Não obstante, esse costume entre os judeus só teve início em cerca do século IV D.C. Originalmente, cobrir a cabeça era sinal de tristeza, e não somente de adoração reverente. (Ver Strack and Billerbeck, Kommentarzum N .T., III, págs. 423-426). Esta tradição penetrou nas Escrituras através de suas epístolas, e os crentes o tem aceitado como um mandamento de Deus, e com toda a razão. Naturalmente, no caso dos homens, na igreja coríntia nunca houve qualquer problema sobre esse particular. Nenhum homem andaria coberto de véu, pois as mulheres é que se cobrem de véu, e não os homens. Mas Paulo mencionou essa particularidade a fim de melhor equilibrar o seu argumento. Foi um preceito inteiramente tomado por empréstimo do judaísmo, devendo ser compreendido em seu fundo cultural e histórico. Naturalmente, Paulo pensava ser isso um mandamento «divino», porquanto era assim que ele estava acostumado a fazer. Não antecipou o apóstolo uma total modificação nos costumes sociais a respeito. Em caso contrário, é possível que tivesse escrito de maneira diferente. Está aqui em vista o ensinamento público em geral, e não apenas o exercício do dom da profecia. Esse dom envolvia mais do que o ensino oral na igreja. «...desonra...» Isso em face do fato que cobrir a cabeça era símbolo de sujeição a algum poder «visível». Espiritualmente falando, e de acordo com a ordem divina das coisas, o homem não está sujeito a qualquer poder dessa ordem. Portanto, cobrir a cabeça seria, para o homem, uma degradação, desonrando a «...sua própria cabeça...» Cristo não é diretamente aludido aqui, ainda que se um homem que pertence a Cristo, desonra a si mesmo, também desonra secundariamente a Cristo, visto que terá perturbado a ordem divina sobre essa questão. Alguns estudiosos opinam que se assim agisse, o homem poderia dar a entender que tinha outro cabeça, além de Cristo. Ora, isso seria um insulto contra o senhorio de Cristo. No entanto, entre os judeus de séculos posteriores, quando um homem entrava na sinagoga, recebia o «tallith», um xale de quatro pontas, para ser posto sobre a cabeça. Os romanos, antes mesmo do aparecimento do «tallith» judaico, já costumavam entrar em seus templos de cabeça coberta, incluindo tanto as mulheres como os homens. (Ver Virgílio, Eneida, iii.545, sobre esse fato). Os gregos, entretanto, tradicionalmente sempre oravam e adoravam de cabeça descoberta. E o sétimo versículo deste capítulo acrescenta certa razão para o homem orar de cabeça descoberta: o homem é a imagem de Deus à face da terra. E essa imagem não deve ser encapuçada.”

O DOGMA DO VÉU NA MULHER
11:5: Mas toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça, porque é a mesma coisa como se estivesse rapada.
Champlin não perdoa aqueles que querem dar outro sentido ao texto paulino, chega a chamar de INTERPRETAÇÃO SUICIDA aquela que pregam contra o uso do véu: “Encontramos aqui as instruções paulinas sobre o véu das mulheres. Os versículos cinco, seis, nove, dez, doze, treze e quinze ensinam, mui dogmaticamente, que a mulher deve usar o véu quando ora ou profetiza. Que assim deve ser está de acordo com o princípio geral exarado no terceiro versículo deste capítulo, e que Paulo considerava estar sendo violado pelos crentes de Corinto. É ua interpretação suicida, portanto, fazer os versículos quinze e dezesseis contradizer o ensino geral desta passagem, supondo que os cabelos das mulheres (se forem longos, conforme o texto requer) lhes foram dados em lugar ou em substituição ao véu, tornando desnecessário o uso do véu, conforme alguns estudiosos têm interpretado o décimo quinto versículo. Igualmente incoerente e contrário ao texto inteiro é aquela interpretação que supõe que, no décimo sexto versículo, Paulo diz que se algum homem desejar levantar objeção acerca dessa questão, Paulo estava disposto a esquecer-se do assunto inteiro, permitindo que as mulheres fizessem como bem lhes entendessem. Não é isso que o décimo sexto versículo ensina. Interpretações Antigas E Modernas 1. O próprio texto é claríssimo. A mulher deve usar um véu e também trazer os cabelos longos. Nenhuma outra interpretação é possível.”
Em muitas denominações cristãs antigas as mulheres que pertencem as Ordens Religiosas usam véu em público.

IGREJA MODERNA X IGREJA PRIMITIVA
Champlin admite que a igreja moderna é mundana e prefere seguir os costumes do mundo (sociais) em vez de obedecer a ordem bíblica. Chega a dizer que os líderes atuais não têm nem mesmo a intenção de seguir a verdade da Palavra:
“A igreja cristã, por conseguinte, adaptando-se aos modernos costumes sociais, tem ignorado essas instruções de Paulo. Ou então, ao invés de ignorá-las, tem preferido distorcê-las, adaptando-as aos nossos costumes atuais. Mas isso é anacrônico e absurdo. Parece impossível, para certos homens religiosos, simplesmente admitirem que não estamos seguindo (e nem temos a intenção de seguir) certos mandamentos de Paulo, quando estes se derivam de costumes antigos e não são mais válidos em nossa sociedade. Pois pensam que, de alguma maneira, estão seguindo todas as instruções dadas por Paulo, e por isso distorcem trechos bíblicos como aqueles que proíbem, de modo absoluto, que as mulheres falem na igreja, ou que requerem que as mulheres tragam os cabelos longos e usem véus. Mas que Paulo realmente determinou essas três coisas é bem patente neste capítulo e no décimo quarto capítulo de I Coríntios. E que ele só pode ter querido que esses preceitos fossem observados é algo exigido pelo conhecimento que temos dos antigos costumes e atitudes dos hebreus. Além disso, a história da igreja primitiva mostra-nos que essas coisas eram praticadas estritamente nos primeiros séculos, exceto nos centros cosmopolitas e pagãos, como Corinto.  É impossível tornar compatíveis os costumes da igreja do século XX, no que diz respeito às mulheres e ao que podem fazer na igreja, com os costumes do primeiro século da era cristã. A tentativa é absurda, e as interpretações dadas por aqueles que não seguem à risca esses preceitos são desonestas ou baseadas na falta de conhecimento próprio.”

PROVAS ARQUEOLÓGICAS A FAVOR DO VÉU
Ao longo deste livro mostro várias gravuras existentes nas catacumbas de Roma que revelam como as mulheres cristãs cobriam a cabeça com véu nos cultos; um capítulo inteiro aborda esta prova testemunhal, e finalmente neste capítulo sobre Champlin, o mesmo também cita o argumento das catacumbas para corroborar a universalidade do uso do véu na igreja primitiva:
 “Não estamos praticando o que Paulo determinou. Que fazemos, então, para justificar-nos? Dizemos: «Os costumes se alteraram, e as exigências também». Essa é uma resposta honesta. Que cada qual refute ou justifique essa resposta. Aqueles que a refutarem, terão necessidade de pôr em prática o que o apóstolo determinou. Aqueles que a justificarem, terão de satisfazer a própria consciência, diante da determinação da Palavra de Deus. Nas catacumbas, nos desenhos que representam os cultos públicos dos cristãos primitivos, as mulheres são vistas a usar xales apertados em torno da cabeça, que ocultavam completamente os seus cabelos. O propósito do véu era o de ocultar os cabelos. Por conseguinte, os modernos substitutos, como os chapeuzinhos ou os lenços de cabeça dificilmente satisfazem as exigências do texto que ora comentamos.”
8 RAZÕES PARA USAR O VÉU
Champlin ao analisar o texto áureo sobre o véu detecta oito argumentos dado por Paulo para que as mulheres usem o véu quando oram e profetizam. São quase todas razões de cunho transcendental e transcultural, e que portanto, devem ser mantido pela igreja em todos os tempos e lugares:
“Quais são as razões específicas para o uso do véu? Abaixo enumeramos as razões bíblicas: 1. A fim de manter a ordem divina sobre as posições que homens e mulheres devem ocupar. A mulher usa o véu a fim de mostrar que está subordinada ao homem. (Ver o terceiro versículo). 2. Não usar o véu é desonrar essa ordem de coisas, bem como à própria mulher, que é assim reduzida à posição de uma prostituta; e isso desonra a sua própria «cabeça», a sua própria pessoa, além de desonrar, em segundo lugar, o homem que é sua cabeça. (Ver o quinto versículo). 3. Paulo diz que se a mulher não se cobre com véu, então que também rape os cabelos, a exemplo dos homens. Duas palavras diferentes são usadas pelo apóstolo Paulo para indicar o corte dos cabelos, neste texto. Uma delas indica «rapar com navalha» (nos versículos quinto e sexto), e a outra indica «cortar com tesoura» (no sexto versículo). Esse corte dos cabelos era o sinal social da escravatura, ou talvez de uma mulher de luto. Paulo assim diz que a «emancipação» que algum as mulheres buscavam, querendo desfazer-se do véu ou querendo cortar os cabelos (o que também era um dos costumes das prostitutas), na realidade era uma degradação, levando as mulheres a regredirem em sua dignidade, não uma emancipação. 4. A mulher é a glória do homem, porquanto «vem dele» e é «para ele» (ver os versículos sétimo a nono), pelo que também não pode ser emancipada a ponto de ser igual a ele. O véu serve de símbolo dessa posição subordinada, pelo que também deve ser usado pelas mulheres crentes. (Ver os mesmos versículos). 5. Os anjos observam os cultos de adoração dos crentes, sendo eles os guardiães da ordem divina. Assim, por causa deles, a mulher deveria mostrar o devido respeito por eles, usando o véu. (Ver o décimo versículo). 6. É «decente» ou apropriado para as mulheres usarem o véu, segundo igualmente ditavam os costumes sociais da época. (Ver o décimo terceiro versículo). 7. A própria natureza confirma quão próprio é as mulheres usarem véu, tendo dado às mulheres cabelos longos; e isso não em lugar do véu, e, sim, como uma coberta ou mantilha natural, - que é, ao mesmo tempo, uma espécie de véu natural e primário. O véu de pano secundário corresponde ao véu primário dos cabelos, o que serve para mostrar-nos que a própria natureza ensina às mulheres que elas devem colocar o véu. Sim, a própria natureza pôs certo véu sobre a mulher. A igreja cristã deveria aprender essa lição, requerendo que as suas mulheres usem o véu de pano. A vontade das mulheres crentes deveria concordar com a vontade expressa pela própria natureza. 8 . No entanto, se os crentes de Corinto quisessem mostrar-se contenciosos, que soubessem que a igreja em geral não tem nenhum outro costume além desse, isto é, não adotaria qualquer inovação, derivada de Corinto. Não seguiriam os crentes em geral tais costumes locais de Corinto, como se os mesmos fizessem parte integrante da «liberdade cristã» (ver o décimo sexto versículo).”

EMANCIPAÇÃO FEMINISTA REPELIDA POR PAULO
A igreja de Corinto estava inserida em um ambiente mais liberal e relação as demais culturas do Oriente Médio e mesmo da Europa, por isso a influência do movimento feminista era mais evidente nesta cidade, o que acabou se introduzindo dentro da igreja local. Mas Paulo, visando manter os bons costumes, tratou de mandar uma carta a igreja de Corinto com várias repreensões sobre os hábitos mundanos que estavam sendo inseridos dentro da igreja. Os cristãos se Corinto estava se levando pela cultura anticristã com os modismos e a luta pela emancipação feminina:
“«...desonra a sua própria cabeça...» A cabeça da mulher está aqui em foco, e não o seu cabeça, que é seu marido, embora este último também esteja secundariamente em foco. A mulher crente tão-somente se degrada quando não observa a ordem divina de coisas, ao repelir autoridades devidamente constituídas por Deus, ao procurar uma emancipação que não lhe cabe, ao desconsiderar o que é apropriado para a igreja. Outrossim, a «desonra» praticada contra o sexo dominante, mediante a sua rebeldia, recai sobre a mulher. É bem provável que esse opróbrio inclua o fato de que as mulheres tradicionalmente são mais atrativas ao sexo oposto se tiverem os cabelos longos. Isso atrai a atenção dos homens. Uma mulher sem véu, em lugares públicos, por conseguinte, era considerado um motivo de atração sexual; e isso envolvia a mulher em uma conduta imprópria, no que concerne ao respeito que a mulher deve a seu marido. «...é como se a tivesse rapada...» A mulher que não usasse véu nos cultos públicos da igreja primitiva agia como se tivesse rapado a cabeça, porquanto tinha removido um véu necessário, tal como os cabelos longos são uma mantilha necessária para ela. Remover um equivale a remover o outro. Ora, a cabeça rapada era algo repugnante para os judeus, porque as adúlteras sempre tinham a cabeça rapada, como castigo e sinal de seu crime. (Ver Núm. 5:18). As mulheres escravizadas também tinham seus cabelos rapados; e as mulheres em luto às vezes faziam outro tanto; mas isso não era normal para as mulheres que estavam em seu estado natural e livre. Isaías utilizou a figura do corte dos cabelos para dar a entender a destruição do povo inteiro de Israel por meio de uma divina retribuição. (Ver Isa. 7:20). Entre os povos germânicos antigos, de acordo com o historiador romano Tácito (ver Germ. 19), as mulheres adúlteras eram expulsas da casa de seus maridos com a cabeça rapada. E o código de Justiniano também prescrevia tal punição para as mulheres adúlteras. Alguns cultos gregos ofereciam à mulher um alto grau de emancipação, nos quais as mulheres não usavam véu algum, porque, quanto a esse respeito, as mulheres eram iguais aos homens. É possível que, em algumas congregações cristãs locais esses cultos pagãos fossem especificamente imitados, em que mulheres crentes julgavam ser um sinal de emancipação, de seu direito como cristãs, não usarem véu algum. Porém, mesmo que nessa hipótese haja algum elemento de verdade, o que sucede até mesmo na igreja e nos costumes sociais de nossa própria época, como uma conduta decente para as mulheres, era avançado por demais para os dias de Paulo, em um contexto grego ou judaico. As mulheres gregas raramente apareciam em público, mas viviam em reclusão essencial. As mulheres solteiras não abandonavam as suas habitações exceto em ocasiões especiais, como nos festivais e nos cortejos. E até mesmo depois de contraírem matrimônio era-lhes permitido bem pouca liberdade para se misturarem com outras pessoas. Suas companhias constantes eram os escravos e as crianças. Certos lugares eram vedados à sua visita. A cobertura de cabeça, entre os gregos, consistia de redes ou de lenços, que usualmente cobriam a cabeça toda, ou então de um xale que geralmente envolvia tanto o corpo como a cabeça. Com base em tais costumes é que vemos por que Paulo insistia sobre o uso do véu, e por qual razão somente essa interpretação—que diz que as mulheres do cristianismo primitivo usavam realmente o véu sobre os cabelos longos—é que satisfaz as exigências do texto.”
FUDAMENTALISTA BÍBLICO USA O VÉU
Champlin não vê outra alternativa para os crentes que aceitam a Bíblia como regra de fé, o uso do véu é obrigatório:
 “O problema no contexto contemporâneo: Porventura essa prática não deveria ser seguida hoje em dia? É óbvio que essa prática não é seguida entre nós, hoje em dia, na grande maioria das denominações evangélicas, e isso nem nos cultos e nem em público. Contudo, se realmente o véu não precisa mais ser usado pelas mulheres crentes, não pode ser em razão de qualquer «interpretação» deste texto. Se sentimos que a totalidade das Escrituras, a despeito das modificações sociais, devem ser seguidas à risca, então o uso do véu é algo absolutamente obrigatório, pelo menos nos cultos.”

VÉU NATURAL E VÉU SIMBÓLICO
Champlin mostra que os dois véus eram necessários, o véu natural (cabelo) e o véu simbólico (mantilha):
11:6: Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também; se, porém, para a mulher é vergonhoso ser tosquiada ou rapada, cubra-se com véu.
“A mulher decorosa dos tempos antigos usava duas modalidades de véu. O primeiro, que era natural, consistia de seus cabelos longos, de sua beleza e glória. (Ver o décimo quinto versículo). Esse véu, que a versão portuguesa que serve de base textual deste comentário distingue do outro, mediante o uso da palavra «mantilha» (no grego, «peribolaios») (ver o décimo quinto versículo), foi dado à mulher pela própria natureza. Para complementar esse véu natural, cumpre à mulher crente usar outro véu. Ambas as coisas, juntamente, eram símbolo de sua posição na sociedade, de sua sujeição ao homem, de sua posição na hierarquia divina de poderes e posições. «...tosquiar-se ou rapar-se... Está aqui em foco aparar rente os cabelos com um a tesoura, ou então rapar inteiramente os cabelos com uma navalha. Porém, tanto uma como outra coisa eram reputadas como uma desgraça, pelas várias razões expostas nas notas referentes aos versículos quinto e décimo quinto. «Se uma mulher se recusar usar o véu, que ela, coerentemente, se faça masculina, cortando bem baixo os seus cabelos;”

Louis Francescon, fundador da Congregação Cristã no Brasil, em cem anos de atuação no Brasil, instalou-se 20 mil igrejas (casas de oração), maior denominação que usa véu no Brasil.

VÉU SÍMBOLO DE SUBMISSÃO
Champlin segue desenvolvendo o texto do apóstolo Paulo, esmiuçado cada palavra para o melhor entendimento:
“11:7: Pois o homem, na verdade, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e gloria de Deus; mas a mulher é a glória do homem. O homem, ao cobrir a cabeça, elimina simbolicamente a sua elevada posição como imagem e glória de Deus. (Quanto ao «homem como imagem de Deus», segundo o pensamento dos hebreus, ver Gên. 1:27; quanto à doutrina cristã paralela a isso, isto é, o homem «transformado segundo a imagem de Cristo», o que lhe permite participar da natureza divina, ver Rom. 8:29 e II Ped. 1:4). Visto que o homem possui a glória e a imagem de Deus, ele é o seu vice-regente à face da terra; é o verdadeiro rei da terra. A mulher, por outro lado, que fica no lar, a cuidar das questões domésticas e a criar os filhos, é, por assim dizer, a representante do homem, da glória do homem, se ela é realmente uma mulher piedosa e boa. À mulher é dado o direito e a autoridade para criar corretamente os filhos, no lar, tal como ao homem foi dada por Deus, sobre a terra, autoridade e poder. E isso concorda com os primeiros capítulos do livro de Gênesis, bem como com a interpretação rabínica comum a respeito dos mesmos. Ora, não tendo poder «visível» ao qual deva estar sujeito, o homem não precisa usar qualquer «sinal» de sujeição, como é o caso da mulher, que deve usar o véu. E esta deve assim fazer para mostrar sua sujeição a um poder «visível», o homem, e, mais particularmente ainda, o seu próprio marido.”
Com véu, mas já com ares mundano.

PENSAMENTO MODERNO X TEXTO BÍBLICO
Champlin não concorda com o uso do véu por considera-lo obsoleto e ultrapassado, mas reconhece que o texto bíblico exige o uso do véu. Há um problema irreconciliável: A moralidade cristã X costumes sociais. Quem prefere seguir os costumes sociais acredita que a Bíblia está obsoleta, quem prefere seguir a moralidade cristã seguirá usando o véu. Devo a Champlin a iluminação do meu entendimento sobre o uso do véu. Ele foi sincero querendo nos dizer que: “Eu acho um mandamento obsoleto, mas que a Bíblia manda as mulheres usar o véu, manda.” Vamos a mais esta pérola:
“O caso daquelas crentes que haviam exagerado em sua emancipação feminina, e que é exatamente a atitude aqui condenada pelo apóstolo. Por conseguinte, se não estamos obedecendo a esse mandamento, devemos estar alicerçados no argumento de que os costumes sociais, tendo sido radicalmente alterados, têm tornado «obsoletas» e «ultrapassadas» essas práticas. Esta passagem ilustra o perene problema da relação que há entre os costumes sociais e a moralidade cristã. Paulo escreveu aqui do ponto de vista de um rabino, como representante da antiga cultura judaica. Porventura tais costumes continuariam sendo obrigatórios para nós, hoje em dia, quando as coisas são tão radicalmente diferentes, em aspectos como o vestuário, e sobretudo no que tange à nossa ideia acerca da posição da mulher? Este comentador acredita que visto que os costumes sociais mudaram, as exigências deste texto também mudaram. A ordem divina dos poderes, de hierarquias, de quem deve estar sujeito a quem (ver o terceiro versículo), pode ser mantida sem os sinais antigos e externos, como, por exemplo, o véu. Paulo apela para a natureza, em defesa do uso dos «cabelos longos» pelas mulheres. Este autor concorda com esse apelo. Seria apropriado, pois, na opinião deste autor, se o véu fosse completamente esquecido como reminiscência do passado, mas grandemente desejável que o uso de cabelos longos entre as mulheres permanecesse. Ao assim dizermos, porém, temos de admitir que não é isso que o texto sagrado nos ensina, embora isso talvez preserve o «âmago»» da questão. Não obstante, posso perceber como esse apelo à natureza, em prol do uso de cabelos longos pelas mulheres, poderia permanecer firme. Que cada crente satisfaça a sua própria consciência sobre a questão, persuadindo sua esposa e sua igreja de acordo com a mesma.”
Glorioso batismo na África acompanhado por cristãs com véu.
SUBORDINAÇÃO TERRENA DA MULHER
Champlin explica que Paulo ao mandar as mulheres usar o véu somente esta dizendo que no plano terrestre a mulher está em posição inferior, na eternidade não haverá distinção entre homens e mulheres:
“A subordinação da mulher não se aplica ao estado eterno. No que tange à questão do homem ser a imagem de Deus, e da mulher ser a glória do homem, Paulo não fazia qualquer alusão à salvação eterna, e nem ao estado final das coisas, e, sim, à ordem terrena das coisas. O N.T. não faz qualquer distinção entre o destino eterno dos homens e das mulheres. Ambos podem ser transformados segundo a imagem de Cristo, vindo assim a participar da natureza divina. (Ver Gál. 3:28). Na pessoa de Jesus Cristo, devido àquilo que ele faz em favor do homem na redenção, não há qualquer diferença entre homem e mulher, entre escravo e livre, entre judeu e gentio. Todas essas distinções terrenas, em Cristo Jesus, são completamente eliminadas. Antes, todos os crentes, homens e mulheres, são filhos de Deus (ver Gál. 3:26), dotados de glória e estatura potencialmente igual. O fato de alguém ser uma mulher não será obstáculo algum no estado eterno, e nem serve agora de empecilho ao seu progresso espiritual. E qualquer subordinação a que a mulher seja posta neste mundo, não será transferida para os lugares celestiais, o lar final da igreja. Para Paulo, entretanto, dentro desta esfera terrena, a mulher era a cópia mais fraca da glória de Deus, o que era uma noção judaica perfeitamente comum. Seja como for, não nos devemos esquecer que Paulo aqui expunha a posição da mulher em relação ao homem, e não em relação a Deus. Como um fato indiscutível, nas páginas do N.T., tanto homens como mulheres, isto é, a humanidade inteira, aparecem como a glória de Deus, por ter sido criado o ser humano segundo a imagem moral de Deus; e, através de Cristo, pode obter até mesmo a glória da natureza divina e a verdadeira imortalidade, isto é, a vida necessária e independente, o mesmo «tipo» de vida que Deus tem, e não meramente uma existência sem fim. (Ver os trechos de João 5:25,26 e 6:57, quanto à exposição desses conceitos). Compartilhar da natureza de Deus, participar da imagem de Cristo, é receber a glória e a majestade de seu ser, bem como a sua herança espiritual. (Ver Rom. 8:17). A essas modalidades de doutrina é que Paulo fazia aqui alusão. A mulher reflete a glória de Deus, embora indiretamente, porquanto reflete mais diretamente a glória do homem. Mas isso não deve ser compreendido em sentido absoluto, como se a mulher não pudesse aproximar-se de Deus diretamente. De fato, tem-se dado automaticamente à mulher uma posição subordinada ao homem com base na ideia judaica sobre a posição inferior da mulher, devido à observação que, quando da criação, a mulher foi formada da costela de Adão, isto é, «da parte do homem» e também «para o homem». Porém, Paulo não fala aqui essencialmente acerca da glória eterna, ainda que isso fique implícito no fato que o homem é a glória de Deus; mas o apóstolo se referia às questões terrenas, à questão da hierarquia de poderes e posição.”
Quando o véu começou a desaparecer das igrejas...

PRIORIDADE DO HOMEM
Explicando o versículo oito Champlin fala como Paulo baseia sua tese da prioridade do homem no fato do Deus ter criado Adão primeiro do que Eva:
11:8: Porque o homem não proveio da mulher, mas a mulher do homem;
“Paulo alude aqui à narrativa da criação, em que foi retirada uma costela do homem a fim de formar a mulher. (Ver Gên. 2:22). E daí Paulo extraiu a inferência da prioridade do homem. A passagem de I Tim. 2:13 declara: «Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva». E essa declaração também subentende a posição secundária da mulher em relação ao homem. Por essa razão também é que há instruções neotestamentarias no sentido da mulher aprender em silêncio, com toda a sujeição, para jamais usurpar a autoridade do homem e nem exercer domínio sobre ele, mas antes, conservar-se em silêncio. (Ver I Tim. 2:11-13). Outrossim, foi a mulher, e não o homem, que foi enganada pelo diabo; e isso significa que ela é menos digna de confiança que o homem, como pessoa a ser investida de autoridade. (Ver I Tim. 2:14). Além disso, a narrativa do livro de Gênesis deixa claro que a mulher foi criada para benefício do homem, e não o contrário; e daí é extraído um argumento em favor da superioridade do homem (no nono versículo deste capítulo). Esses diversos fatores e argumentos ilustram a ordem hierárquica de poderes e autoridades, bem como a propriedade da sujeição da mulher ao homem, e, por conseguinte, quão apropriado é que a mulher use véu ao orar.”
Véu fashion da moda islâmica. Nem todo véu é símbolo de modéstia.

SUBORDINAÇÃO DA MULHER DESDE A ORIGEM
Champlin cita os eruditos que não acreditam na Bíblia como palavra de Deus, e são estes indivíduos que não aceitam a subordinação da mulher com as bases teológicas defendidas por Paulo, e o raciocínio de Paulo é que a mulher tem origem na costela do homem. Quem acha esta história mito, também acha que a mulher não precisa usar o véu. Champlim acha que Paulo citou a história de Adão e Eva como realidade histórica e por isso fundamenta a tese da subordinação simbólica do véu. Quem aceita a história de Adão e Eva, também deve aceitar o véu como ordenança:

11:9: nem foi o homem criado por causa da mulher, mas sim, a mulher por causa do homem.
 “Nos versículos oitavo e nono deste capítulo Paulo confirma e ilustra sua afirmativa que a mulher é a «glória» do homem. Ela foi criada do homem e «para o homem». Essa narrativa é totalmente inaceitável como literal, na opinião de muitos eruditos bíblicos, os quais interpretam tais ideias como tentativas alegóricas para descrever o que poderia ter sido a natureza da criação. Para alguns, a ideia do emprego de uma costela, a fim de ser formada a mulher, não passa de um claro mito primitivo, e bastante cru quanto à sua forma. Portanto, se a inferioridade da mulher tiver de ser estabelecida, precisa isso ser feito com outras bases. Embora Paulo tenha usado simbolicamente o A.T. por muitas vezes, conforme o mostra o trecho de I Cor. 10:1, parece ter-se referido a esta narrativa do A.T. como uma realidade histórica. O apóstolo se reporta aqui ao trecho de Gên. 2:18, onde o homem é apresentado como ser que já existia, tendo sido criada subsequentemente a mulher a fim de ser-lhe ajudadora idônea. Por conseguinte, o homem foi a «razão» pela qual a mulher foi criada; e desse modo Paulo mostra a glória do homem, que é a «mulher», em que esta ocupa uma posição que lhe é subordinada, por ser o homem a «glória de Deus».  A subordinação da mulher se alicerça em sua origem, porquanto ela veio à existência como ser subordinado ao homem, para suplementar o homem, que já existia. No dizer de John Gill (in loc.), a mulher foi criada «...para lhe servir de ajudadora, porquanto o homem já fora criado; para servir-lhe de companheira e associada, tanto na sua adoração religiosa como na sua vida civil; e para a procriação e educação dos filhos». (John Gill, in loc.).”
VÉU E A RELAÇÃO DA TERRA COM O CÉU

11:10: Portanto, a mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de submissão, por causa dos anjos.
Com base nos argumentos anteriores, Paulo agora estabelece ainda mais firmemente a sua afirmativa de que a mulher crente deve usar o véu (naturalmente, quando ora ou profetiza, segundo se lê no versículo quatro deste capítulo). A mulher é subordinada ao homem desde a criação, tendo sido feita «do» homem e «para» o homem. Não usar uma mulher o véu era sinal de desrespeito ao homem, na tentativa de ser igual a ele quanto às vestes e aos costumes. Neste ponto Paulo acrescenta outra razão para a necessidade do uso do véu pelas mulheres. Essa razão é a que diz: «...por causa dos anjos...» Visto que Paulo não nos deixou qualquer explanação sobre essa frase, naturalmente ela tem atraído diversas interpretações, a saber:
Igrejas que obedecem a questão do véu, são repetidamente atacadas pelas demais igrejas evangélicas como seitas. Quem está mesmo na heresia?

INTERPOLAÇÃO
1. A primeira interpretação, e que deve ser rejeitada, é aquela que assevera que este versículo é uma glosa ou interpolação, feita por escribas posteriores, como se não fosse de autoria paulina. Não existe um único manuscrito que dê mostras de evidências em favor dessa ideia; antes, todas as tradições textuais o preservam. E um interpolador bem provavelmente teria o cuidado de deixar bem claro o que queria dizer. Paulo, entretanto, parece ter suposto que os seus leitores estavam familiarizados com a ideia aqui injetada, por mais escura que ela nos possa parecer.
LÍDERES CRISTÃOS
 2. Alguns supõem que o termo «.. .anjo...» (que significa «mensageiro», no original grego), é novamente aqui usado para indicar os «ministros da Palavra», os pastores (Ambrósio), os presbíteros (Efraem) ou o clero em geral (Primásio). Provavelmente não era isso que Paulo queria dar a entender aqui; e poucos eruditos modernos vêm qualquer razão nessa interpretação.
DEMÔNIOS
3. Alguns estudiosos antigos, como Tertuliano (De virg. vol. vii, xvii) acreditavam que estão em foco os «anjos maus», e que os mesmos, observando mulheres sem véu, poderiam ser tentados a algum ataque de natureza sexual. Em apoio a essa noção, ver Gên. 6:1,2; Testamento dos Doze Patriarcas (Ruben v.6), Livro dos Jubileus (iv. 15,22) e Teodoto (frag. 44). É noção antiga que os seres angelicais malignos possuem funções sexuais, podendo ter relações sexuais com as mulheres. E ainda se pensava que assim foram produzidos os gigantes ou outros seres estranhos entre o gênero humano. Ainda que esse fosse o sentido de Gên. 6:1,2, e esse é um aspecto intensamente disputado nessa passagem, tal ideia parece absurda, tendo sido rejeitada por todos os intérpretes sãos. Outrossim, poder-se-ia perguntar: «A única ocasião em que tais seres podem ser tentados a assaltar sexualmente as mulheres é quando elas não estão de véu na igreja?» E também: «Tal tentação pode ser afastada somente porque as mulheres usam um véu?» Essas indagações parecem fatais para essa teoria, por mais bem confirmada que ela apareça na literatura antiga, que testifica a existência de tal noção.
MENSAGEIROS MATRIMONIAIS
4. Alguns poucos eruditos pensam que os «anjos», neste caso, se referem aos «deputados» ou mensageiros, nomeados para procurarem esposas apropriadas para aqueles por quem eram contratados. Isso envolvia um costume judaico, sendo usado o vocábulo «anjo» para indicar tais pessoas; mas é altamente improvável que Paulo tenha feito um a alusão a tais homens, mesmo que em seus dias esse costume ainda fosse prevalente, e mesmo que tais homens costumassem frequentar as reuniões dos cristãos primitivos, a procurarem esposas dignas para outros. (Quanto a esse costume do judaísmo ver Mishnah Kidduchin, cap. 2, secção 1).
SANTOS ANJOS
5. A interpretação que tem recebido o mais decidido apoio, e que quase certamente é a correta, é aquela que diz que os anjos aqui referidos são os «anjos santos». Esses anjos se fariam presentes quando das reuniões de adoração dos crentes, observando o que ali sucede, aprendendo acerca do próprio Cristo, e, ao mesmo tempo, agindo como guardiães da igreja. Seria uma ofensa, por conseguinte, que certas mulheres emancipadas, não mais usassem seus véus. Isso seria contrário ao decoro que convém à igreja cristã. E a afronta não seria apenas contra os homens que observassem tão chocante ousadia da parte dessas mulheres, mas também contra os anjos que viessem observar a reunião. A ideia de que os anjos mantêm tais contatos com os homens, mormente nas suas reuniões de adoração, é uma tradição judaica bem firmada, que foi transferida para o cristianismo. (Ver Sal. 138:1; I Cor. 4:9. E a passagem de Heb. 1:14, quando diz que os anjos são «espíritos ministradores», bem pode emprestar maior força a essa ideia). «Em I Cor 4:9 ele ‘Paulo’ alude aos ‘anjos’ como espectadores interessados na conduta dos servos de Cristo; e em I Cor. 6:3 ele se refere a certos anjos que serão julgados pelos santos... de muitas e variegadas maneiras esses exaltados seres são associados ao reino terreno de Deus (ver Luc. 2:13; 12:8; 15:10; Atos i:10; Heb. 1:14; 12:22 e ss., bem como muitíssimas passagens do livro de Apocalipse). De conformidade com as crenças judaicas, os anjos aparecem como agentes da outorga da lei, em Gál. 3:19 (Atos 7:53); e em Heb. 1:7 os anjos são identificados com as forças da natureza. A mesma linha de pensamento vincula os anjos, no presente versículo, com a manutenção das leis e limites impostos quando da criação (comparar com Jó 38:7), e Paulo expressa a reverência devida aos tais conforme o seu próprio estilo, nesta alusão». (Findlay, in loc.). «A casa de oração é uma corte adornada com a presença de poderes celestiais; ali estamos nós, cantando e entoando hinos a Deus, contando com os anjos entre nós, como nossos associados; O apóstolo requereu tão grande cuidado, com relação à decência, por causa da presença dos anjos». (Hooker, in loc.). «...por causa...» Mui provavelmente essas palavras significam «para agradá-los», para não ofendê-los com uma conduta indecorosa. Alguns estudiosos interpretam essa expressão como se ela quisesse dizer «porque os anjos assim fazem», ou seja, na presença do Senhor, cobrem os seus rostos (ver Isa. 6:2). E assim também as mulheres, ao adorarem na presença de sua autoridade visível (o homem), devem cobrir a cabeça. Mas essa interpretação, a despeito de ser interessante, é menos provável do que a interpretação anterior.
Vários tipos de coberturas: véus, capuz, lenços, chapéus. Havendo modéstia, acho que estão cumprindo o mandamento.
VÉU - SÍMBOLO DE AUTORIDADE E SUBMISSÃO
Champlin segue interpretando o versículo 10, e ele nos comenta como o vocábulo grego empregado por Paulo   fala do véu como um símbolo de autoridade do homem sobre a mulher e ao mesmo tempo como um símbolo de submissão da mulher em referência ao homem:
 “«...trazer véu na cabeça...» Essas palavras não são uma tradução, mas antes, uma interpretação. O original grego diz, literalmente, «...essa é a razão por que uma mulher deve ter poder (ou autoridade) sobre a sua cabeça...» O vocábulo grego «eksousia» obviamente se refere ao véu; mas alguns eruditos sentem dificuldade em compreender como o véu poderia ser chamado «poder», quando o resto inteiro da passagem se refere ao véu como símbolo da ideia oposta, isto é, da «sujeição». Mas o véu se torna símbolo da «autoridade» que o marido exerce sobre a sua mulher, como também é símbolo de sua própria sujeição a ele. E esse duplo simbolismo não é difícil de ser compreendido. Sir William Ramsay apela para a prática moderna a fim de ilustrar este texto. Diz ele: «Nos países orientais, o véu representa o poder, a honra e a dignidade da mulher. Com o véu na cabeça ela pode ir em qualquer lugar, com toda a segurança e sob profundo respeito. Ela não é notada; pois é sinal de maneiras as mais inconvenientes observar uma mulher velada nas ruas. Ela está sozinha. O resto do povo ao seu derredor como que não existe para ela, e nem ela para eles. Ela é suprema na multidão... Mas, sem o véu, a mulher é como nada, que pode ser insultada por qualquer um ... A autoridade e a dignidade de uma mulher desaparece quando ela se desfaz do véu que tudo lhe cobre. Esse é o ponto de vista oriental, que Paulo aprendeu em Tarso». (The Cities of St. Paulo, págs. 202 e ss.). A isso se pode acrescentar os comentários desse mesmo autor, no prefácio desse seu livro: «Quando da cerimônia do casamento, entre os hebreus, segundo a mesma é observada na Palestina moderna, conforme fui informado, o marido arranca o véu da noiva e o põe sobre os seus próprios ombros, como sinal de que ele assumiu autoridade sobre ela». O véu usado pela mulher casada simboliza o fato que ela tem um guardião e compartilha do poder de seu marido, o qual é seu guardião. Portanto, ao usar o véu, a mulher é exaltada, porque isso é sinal de decoro apropriado da parte dela, aludindo à proteção de que ela desfruta da parte de seu marido, ou por parte do homem, que presumivelmente aparece como protetor da dignidade feminina, quando a mulher ocupa o lugar que lhe convém. Variante Textual: Em lugar da palavra supostamente difícil, «autoridade», a palavra grega «kalumma» («véu», «coberta») aparece na Vulg (5) e na citação feita por Valentiniani apud Ir, bem como nos escritos dos pais da igreja Hier e Aug. Mas isso é obviamente uma substituição para um texto mais fácil, conforme era comum os escribas fazerem. Trata-se de uma correta interpretação, embora não represente o texto original deste versículo. «A própria subordinação de um sexo a outro subentende uma mútua conexão entre eles, e não o isolamento de cada sexo... A mulher não é independente do homem, e sim, dependente dele, ‘no Senhor’, isto é, na economia cristã». (Shore, in loc.). Há uma maneira admirável em que a natureza gentil, compassiva e até certo ponto infantil da mulher suplementa a natureza agressiva, voluntariosa e às vezes dura do homem. O homem necessita dessa suplementação, e a mulher necessita da maior força de vontade e da determinação que é uma propriedade mais característica masculina. Uma mulher agressiva é chamada «masculina». Um homem excessivamente flexível é chamado de «feminino». Ambas são boas qualidades, mas devem ser apropriadamente restringidas a quem de direito. (Quanto a uma discussão sobre a teoria das «almas gêmeas», que salienta ainda mais essa interdependência entre homem e mulher. Essa expressão significa «na economia cristã», «na esfera onde a vontade de Deus é cumprida», «na esfera da comunhão mística com Cristo e em Cristo», e certamente aqui significa «quando ambos são discípulos de Cristo, ensinados por ele».”

INTERDEPENDÊNCIA
11.12: pois, assim como a mulher veio do homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo vem de Deus.
Champlin interpretando o versículo 12 mostra que o machismo defendido por Paulo não pulveriza a mulher, colocando-a em uma posição de imprestável. Ao contrário, o machismo bíblico enaltece a mulher dizendo que ela é a “fábrica de homens”. Sem a existência da mulher a humanidade é exterminada em uma geração! De maneira que, como cristãos devemos combater piadas de mau gosto contra as mulheres, ou ideologias que defendem a violência contra a mulher. O machismo bíblico obriga os homens a serem os protetores das mulheres. Quando uma mulher usa o véu, todos os homens em volta dela estão obrigados em protege-las e reverenciá-la de tal modo que não devem se quer olhar  maliciosamente para a mesma. Admiro Champlin por sua interpretação autêntica das Escrituras, sem torcer o sentido do texto, mas repudio sua crítica textual que se acha capaz de dizer que Paulo não estava correto em sua forma de pensar sobre a submissão feminina:
“A interdependência tão variegada, entre homem e mulher, se baseia no fato que, na criação original, a mulher procedeu do homem (argumento que aparece no oitavo versículo deste capítulo), mas então o homem (mediante o nascimento físico) provém da mulher, ou seja, lhe deve a vida. Esse fato básico subentende várias formas de interdependência, não meramente no terreno físico, conforme se vê nas notas sobre o versículo anterior. Por conseguinte, há certa glória e dignidade na maternidade, porquanto permite que o plano de Deus relativo à humanidade entre em operação; e da vida física aparece a vida espiritual, conforme vemos na transição de João 1:3,4, onde a vida física é declarada como algo que procede de Cristo, porquanto a vida (espiritual e física) está «nele», e essa vida (em seu aspecto espiritual) é a «luz dos homens, o que indica a obtenção da «glória» na vida espiritual. Ora, a mulher desempenha o seu papel nesse plano por servir de veículo da vida física, o que não é algum a coisa sem importância na economia divina, além de ser algo de que o homem depende para sua devida expressão nesta esfera terrena, para que, nesse dom da vida física, ele possa aprender a progredir na direção de Deus, espiritualmente falando. «...e tudo vem de Deus...» O homem e a mulher dependem um do outro; mas, ao mesmo tempo, dependem de Deus em sua vida —tanto a física como a espiritual— como também em todo o bem -estar, neste mundo e no outro. A mulher, portanto, depende primariamente de Deus, e somente em segundo lugar do homem; e outro tanto se pode dizer com relação ao homem. Deus criou o universo físico a fim de incluir os corpos físicos, que servem de veículos do progresso espiritual para o homem, que havia caído no pecado. Assim sendo, a vida, em suas variegadas formas, existe pela bondade de Deus; e essa sua bondade suprema leva-o a ser a autoridade legítima sobre todos os seres, além de ser aquele a quem pertencem, afinal de contas, toda a bênção e toda a glória. Existem fontes secundárias da vida física, o homem e a mulher, mas Deus é quem é a fonte final de toda a vida, e, portanto, é a sua autoridade suprema. A ordem de decoro, a autoridade relativa do homem e da mulher, também procedem de Deus, e quase certamente faz parte do que Paulo queria dar a entender. Dessa maneira, um homem não pode desprezar a mulher, e nem menosprezar a posição dela; pois Deus é quem fez da mulher o que ela é, incluindo sua posição na ordem natural das coisas; mas essa posição, quando é corretamente compreendida, é exaltada. (Outros trechos bíblicos que indicam que o homem, a mulher e toda a posição relativa deles dependem de Deus quanto à sua origem, são: I Cor. 15:27 e Efé. 5:23. Ver também Rom. 11:36 e II Cor. 5:18. Para Deus, o homem e a mulher merecem respeito. Quanto a notas expositivas sobre a «vida necessária e independente de Deus», que é oferecida à humanidade por intermédio de Jesus Cristo, ver João 5:25, 26 e 6:57). Sim, todas as coisas pertencem a Deus. Paulo reconhece haver no ser humano certa razão e intuição, por Deus haver conferido aos homens essa faculdade. (Ver Rom. 1:19 e ss.; 3:8). O trecho de João 16:7-11 mostra-nos que a presença do Espírito Santo no mundo garante que os homens poderão reconhecer certas realidades espirituais importantes. O Espírito de Deus é testemunha dessas realidades, e influencia os homens na direção das mesmas. Assim é que até mesmo os pagãos, que não possuíam a revelação da lei, às vezes praticavam os preceitos da lei, porquanto tal lei se achava escrita em seus corações e em suas mentes; e a sua consciência também dava testemunho sobre a justiça ou injustiça das coisas. (Ver Rom. 2:14,15). Assim sendo, apesar de Paulo haver apelado para a consciência social, para que os crentes de Corinto julgassem o que é certo e o que é errado, o seu apelo vai mais longe do que isso. Tal apelo procura tocar naquilo que a alma humana testifica para o próprio indivíduo. Paulo tinha a esperança que os crentes de Corinto se deixassem ensinar por ele (ver os versículos primeiro a décimo segundo deste capítulo), se deixassem ensinar pelo seu próprio testemunho íntimo (ver este versículo), e se deixassem ensinar pela natureza (ver o versículo seguinte), a fim de que assim reconhecessem o único costume aceitável para a igreja cristã, a saber, o uso do véu pelas mulheres crentes.  «...ore...», particularmente ou em público, não querendo dar a entender isso que Paulo permitia que uma mulher orasse ou ensinasse em público. O trecho de I Cor. 14:34 e ss. mostra-nos que o apóstolo dos gentios não concordava com isso. Se porventura concordasse com isso, teria ido de encontro a toda a sua formação e educação judaica, porque uma mulher a ensinar e orar em público teria sido considerado uma grande abominação entre os judeus. (Comparar com o quinto versículo deste capítulo, onde se lê que as mulheres podem orar e profetizar, presumivelmente nos cultos públicos das igrejas cristãs). E não há razão alguma para supormos que as mulheres crentes de Corinto não fizessem assim; mas o décimo quarto capítulo desta epístola mostra-nos que Paulo não aprovava essa conduta feminina. Não obstante, isso não significa que Paulo, ao seguir os pontos de vista da erudição rabínica, estivesse necessariamente correto em suas ideias sobre essa questão. O baixo papel atribuído às mulheres, no judaísmo, havia criado muitas restrições que parecem insensatas para as mentes modernas, no que diz respeito à posição da mulher na sociedade e na igreja.

DEPOIS DE TODO ARGUMENTO AINDA É CONTRA O VÉU?

10.13  Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?
Champlin, interpretando Paulo, diz que ele ao fazer a pergunta, espera obter a seguinte resposta: Desculpe Paulo pela nossa rebeldia, verdadeiramente, seus argumentos nos convenceram que a mulher deve orar decentemente com o véu na cabeça, você nos mostrou razões históricas, culturais, teológicas, angelicais, hierárquicas que apontam para esta necessidade. Discordo de Champlim quando fala que a noção do que é decoros deve ser baseado nos costumes sociais, rejeito esta ideia. A noção do que é decoro deve ser baseado na palavra de Deus. Quando Adão e Eva pecaram, ficaram nus, e fizeram uns aventais tipo “minissaia”, e no padrão de decoroso para Deus, aquilo estava errado e ele mesmo, o próprio Deus fez túnicas para cobri-los mais descentemente.  De maneira que os missionários históricos do cristianismo ao chegar em tribos selvagens, animalizada pelo pecado, os ensina a vestirem roupas, caso muito comum em tribos indígenas do Brasil, África e Oceania.
 “E como se Paulo tivesse dito aqui: «Tenho exposto diversos argumentos que podeis considerar. Mas penso que um julgamento pessoal tranquilo, de vossa parte, revelará a mesma resposta a esta pergunta que tenho proposto. Tanto os costumes sociais como as Escrituras têm demonstrado como é apropriado que a mulher use o véu quando ora; e a razão confirma exatamente isso». Paulo faz duas perguntas (ver este e o próximo versículo) a fim de confirmar o seu argumento. Primeiramente ele apela para o senso de propriedade dos seus leitores, quando é séria e tranquilamente investigado esse senso (ver o décimo terceiro versículo). E em seguida apela para a propriedade demonstrada pela própria natureza (ver o décimo quarto versículo), que cobriu a mulher com um «véu» natural, isto é, com cabelos longos, mostrando assim quão decoroso e próprio é o uso do véu de pano. «— julgai entre vós mesmos...», palavras que também podem ser traduzidas por «...Julgai por vós mesmos...», com o sentido de «consultai a voz interior» acerca dessa questão. Naturalmente que se precisa admitir que tais julgamentos pessoais quase sempre se alicerçam, quase totalmente, se não mesmo completamente, sobre os costumes sociais. Em outras palavras, os costumes sociais é que determinam, quase sempre, quais sejam as nossas noções sobre o que é decoroso quanto à maneira de nos conduzirmos e vestirmos. Na cidade antiga de Corinto, tal influência só poderia dar em resultado uma resposta: as mulheres precisam usar véu, se é que são mulheres de respeito. Não era recomendável ali uma mulher imitar as prostitutas ou adoradoras de determinados ritos pagãos, desfazendo-se do véu na tentativa de emancipar-se e obter igualdade social com os homens. Sabemos que as sacerdotisas pagãs também não usavam véu; e, em suas contorsões, seus cabelos ficavam despenteados e desgrenhados. Ora, nenhuma mulher crente, piedosa, desejaria imitar essa forma de conduta feminina. No grego, o verbo «julgar» é «krino», que significa «separar», «distinguir», «discernir», «considerar», «decidir». Um exame preciso é subentendido. «...próprio...» Essa palavra significa «apropriado», em face das circunstâncias, dos costumes sociais, das ideias convencionais sobre o que é apropriado. Está em foco a conduta que fica bem para as mulheres na sociedade em geral. Ora, o que era próprio para uma prostituta ou para uma sacerdotisa pagã, não podia ser julgado próprio para uma mulher crente piedosa, ainda que houvesse o maior exagero da «liberdade cristã». De maneira geral, os homens gregos usavam cabelos curtos, embora isso nem sempre ocorresse entre os hebreus (como no caso dos nazireus, que não passavam navalha na cabeça). Contudo, muitos gregos usavam cabelos compridos, incluindo os heróis gregos, e também os filósofos, os mestres e os sábios. É bem possível que alguns dos leitores de Paulo ficassem perplexos ante essa declaração, pois, apesar disso refletia um costume geral entre os gregos, isso certamente não expressava o que era feito por todos. Assim sendo, o uso de cabelos curtos pelos homens não era algo firmemente baseado nos costumes sociais, embora o uso de cabelos longos pelas mulheres tivesse sólidas bases nas convenções sociais, de maneira universal. (Ver o versículo seguinte). Portanto, não é totalmente convincente o argumento que diz que a natureza nos ensina; pois se a natureza realmente assim nos ensinasse, ficaria subentendido que haveria poucas ou mesmo nenhuma exceção a isso nos costumes sociais. Naturalmente, Paulo poderia estar fazendo um apelo à «natureza» inteiramente à parte dos costumes sociais, o que, para ele, refletia necessariamente a maneira da natureza operar, e a sua afirmação seria então: «Cabelos curtos para os homens; cabelos longos para as mulheres». Contudo, os versículos décimo terceiro e décimo quarto formam um par inseparável. O primeiro apela para o senso de propriedade, com base nos costumes sociais, e o segundo apela à natureza, presumivelmente confirmada pelos costumes sociais prevalentes. Seja como for, o argumento de Paulo, tanto no que tange à natureza como no que concerne aos costumes sociais, é sólido, ainda que não seja universalmente confirmado, e ainda que não seja perfeito em qualquer sentido, e nem totalmente convincente. O cristianismo supostamente respeita a «natureza», ao passo que o fanatismo a desafia. A natureza presumivelmente toma suas formas. Os filósofos estóicos baseavam sua filosofia moral inteira sobre a ideia que se deve «seguir a natureza», a qual, para eles, era incapaz de haver erro, estando previamente determinados todos os seus caminhos. Para esses, o argumento de Paulo teria bastante valor. E é bem possível que Paulo houvesse formulado dessa maneira o seu argumento a fim de atrair as simpatias dos filósofos que havia na igreja de Corinto. Façamos aqui algumas considerações sobre a «natureza». A lei e a luz da natureza se manifesta na razão e na intuição humanas, e isso é confirmado pela sociedade em sua conduta diária. Homens de várias nações, nos tempos de Paulo, usavam os cabelos compridos, como, por exemplo, os samaritanos e os lacedemônios (uma das divisões raciais da Grécia), sem falarmos nos outros gregos de épocas mais remotas, conforme a Ilíada de Homero o comprova, visto que ele chama certos homens de «gregos de cabelos longos», «Aqueanos de cabelos longos». A maioria dos comentadores concorda, entretanto, que ao tempo de Paulo os judeus, exceto aqueles que faziam o voto do nazireado, usavam os cabelos relativamente curtos. (Ver Núm. 6:5; II Sam. 14:26 e Atos 18:18, acerca do . «voto do nazireado». A nota de sumário sobre essa questão aparece em Atos 18:18). Os gregos em geral usavam os cabelos curtos para os homens, e os hebreus seguiam a mesma norma; e isso deve ter sido suficiente para Paulo estabelecer esse ponto, embora não seja provável que ele tenha apelado para a natureza inteira, à parte das evidências dos costumes sociais vigentes. Os cabelos curtos para os homens certamente é um preceito calcado no pensamento de que os cabelos longos formam uma espécie de véu natural (ver o versículo seguinte). Por isso, um homem deve evitar usar cabelos longos, já que não deve andar velado, pelas razões dadas na exposição relativa ao quarto versículo deste capítulo.”
Mulheres muçulmanas do Irã cederam costumes mundanos de praticarem esportes como futebol, mas ainda resistem bravamente em usar o véu em público. Ainda que no cristianismo o véu só é exigido quando oram e profetizam.

MULHER COM CABELO COMPRIDO – PADRÃO CRISTÃO

11.15  Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu.

Champlin defende a doutrina bíblica ensinada por Paulo. Crente que é crente usa cabelo comprido, não pode cortá-lo curto!
“Paulo continua aqui a escrever sobre a lição que a «natureza» nos ensina. No caso dos homens, a natureza, segundo era refletido nos costumes sociais de diversas nações, nem sempre se mostrou favorável ao uso de cabelos curtos pelos homens. Porém, no caso de mulheres, havia um consenso universal acerca do que a natureza ensina quanto aos cabelos. Ora, compete ao cristianismo respeitar a natureza, e não desconsiderá-la, como sucede ao fanatismo. As mulheres só usavam cabelos curtos como sinal de luto, como castigo devido ao adultério, etc., embora as prostitutas costumassem, rapar o cabelo, talvez como sinal distintivo de sua profissão, tal como hoje geralmente usam certas vestes, como sinal distintivo. No entanto, hoje em dia uma prostituta não mais pode ser distinguida pela maneira como cuida de seus cabelos, porquanto tornou generalizado o uso de cabelos curtos e penteados de inúmeras maneiras. No entanto, pode ser identificada por suas calças compridas e blusas exageradamente curtas e apertadas, como também pela sua aparência em geral. E isso significa que ela se vestirá ao máximo, desde uma bolsa e uma sombrinha estilizadas, mesmo que não esteja chovendo. Esses são os sinais através dos quais ela faz propaganda. Nos dias de Paulo, as prostitutas se davam a conhecer usando cabelos curtos. Ela fazia o que era contrário à natureza a fim de atrair os homens a afagos que também são contrários à natureza. Ora, o apóstolo dos gentios não queria que as mulheres crentes imitassem as prostitutas. Os versículos quinto e sexto deste capítulo mostram-nos que é vergonhoso para uma mulher ter os cabelos aparados ou rapados. O presente versículo ensina-nos que é uma «glória» para a mulher ter seus cabelos longos. E é uma glória para ela porque esse é o seu véu natural. E, conforme temos visto, o véu de pano que as mulheres crentes devem usar quando oram ou profetizam, simboliza a sua posição de subordinação ao homem, bem como a sua posição na hierarquia divina de poderes, estando ela abaixo do homem. (Quanto ao princípio geral que introduz toda esta secção, ver o terceiro versículo deste capítulo). No pensamento paulino, assim sendo, era um ato de rebeldia uma mulher desfazer-se de seu véu natural (os cabelos longos), além de ser algo contrário aos costumes sociais, à natureza e à hierarquia divina das coisas. Quando assim fazia, uma mulher se afastava de sua posição natural, na qual a sua glória se manifestava; pois quem está deslocado não pode estar manifestando a sua glória. A mulher que se conserva em seu lugar é uma glória para o homem, além de ser um louvor para Deus, visto que ela mantém o lugar que lhe foi dado pelo Senhor, não desobedecendo ela à ordenança divina. Ora, os cabelos longos simbolizam a «legítima posição» da mulher, a sujeição em que ela está à autoridade de seu marido, ou à autoridade do homem em geral. Ao falar em «...glória...» Paulo também deu a entender que os cabelos compridos servem de belo enfeite para a mulher, enfatizando a beleza natural que o Senhor deu a ela, conferindo-lhe feições e traços mais finos, mais delicados, mais belos. Assim sendo, a mulher que corta os cabelos, lança fora parte de sua beleza natural. Qualquer homem (ou quase todos) concorda com isso plenamente. Os homens tradicionalmente são maiores apreciadores de cabelos longos (até mesmo nos tempos modernos) do que as mulheres; e isso por causa do senso de «beleza» física, embora Paulo afirmasse que os homens agem assim por «instinto natural», e não meramente porque uma mulher de cabelos compridos é mais agradável à vista masculina.”

CABELO EM LUGAR DO VÉU?
Champlin com simplicidade e erudição mostra que além do cabelo, Paulo estava mandando as mulheres usar o véu, é uma perversão modificar a palavra de Deus pra fazê-la se ajustar com as nossas doutrinas. Algumas igrejas pregam que as mulheres devem ter o cabelo crescido e que isto já basta, não sendo necessário usar véu.
 «...em lugar de mantilha ...» Embora o original grego permita essa tradução é uma grande perversão do texto sagrado dizer que essas palavras significam que uma mulher não precisa mais de véu, se porventura usa longos os seus cabelos. Pois ninguém pode ler o terceiro versículo em diante desta passagem, onde Paulo tanto insiste sobre a necessidade do uso do véu, de conformidade com a ordenança divina, com os costumes sociais e com os ditames da natureza, para então lançar fora todo o seu argumento, supondo que se uma mulher conservar longos os seus cabelos já não precisará usar véu quando ora ou profetiza, sem incorrer em grave incoerência. Porquanto tal conclusão será diametralmente oposta a todos os argumentos anteriores de Paulo, transformando esse apóstolo em um insensato que se contradiz consigo mesmo. Tal interpretação só pode ser aceitável para aqueles que manuseiam desonestamente as Escrituras, procurando adaptá-las aos seus pontos de vista e às suas práticas. Essas práticas ditam que a mulher «não use o véu». Porém, se tantas mulheres crentes não usam o véu, isso não pode estar firmado no que Paulo diz aqui, e nem sobre a suposição que ele recomendava que bastava às mulheres usarem os cabelos longos para não precisarem mais do véu.
«...em lugar de mantilha...» (Os cabelos longos da mulher lhe servem de véu natural, pois lhe servem «em lugar de mantilha»). Compreendendo Corretamente Este Texto: 1. Os cabelos longos servem para a mulher de um véu natural; e por si mesmos declaram : «Estou sujeita ao homem, especificamente a meu marido. Reconheço a minha subordinação». 2 . O véu serve à mulher de véu secundário (artificial), que a mulher deve pôr sobre seus cabelos como símbolo da mesma realidade representada pelos cabelos longos. Os cabelos longos da mulher requerem o uso de um véu; não servem de substituto. Se o véu for retirado, a mulher terá também de rapar os cabelos (ver o vs. 6). Seja usado o véu, e este confirmará o significado dos cabelos longos. Os cabelos longos da mulher como que «convidam» o uso do véu, porquanto as duas coisas encerram o mesmo simbolismo.
O véu bíblico é para cobrir a cabeça e não a mulher inteira como ensina os radicais islâmicos. Chega a ser uma opressão, mulheres enterradas vivas dentro de burkas.

AS IGREJAS DE DEUS USAM VÉU
11:16: Mas, te alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem tampouco as igrejas de Deus.
Champlin
Este versículo também tem sido torcido pelos intérpretes modernos, geralmente sem erudição, a fim de lançar por terra todo o argumento de Paulo em favor do uso de cabelos longos e de véu para as mulheres, como se esse apóstolo tivesse dito que se um homem resolvesse levantar objeção por esse motivo, seria melhor esquecer-se completamente da questão. Mas essa interpretação é inteiramente estranha ao contexto inteiro. Paulo não haveria de escrever seus argumentos de muitas facetas, em favor do uso de cabelos longos e do véu para as mulheres crentes, somente para, depois de tudo, dizer que se encontrasse oposição a isso, permitiria as igrejas locais fazerem como melhor lhes parecesse. Esse tipo de interpretação se tem desenvolvido por causa de uma «necessidade moderna», que tenta fazer o apóstolo dizer o que queremos ouvir, mas que ignora o que realmente ele ensinou. Essas palavras também podem ser traduzidas como segue: «Se alguém se inclina para o debate, não reconhecemos qualquer outra prática, e nem as igrejas de Deus» (RSV, aqui vertida para o português). Ou então: «Porém, se alguém parece ser contencioso, ‘nós não temos tal costume (conforme esse alguém propõe), e nem também as igrejas de Deus». (Robertson e Plummer, in loc.). E a isso esses mesmos autores adicionam: «Existem pessoas que gostam tanto de disputas que contestam até mesmo as conclusões mais claras; e os coríntios apreciavam imensamente as disputas. Mas o apóstolo não estava disposto a encorajá-los. Se isso pusesse em dúvida o decoro e a natureza dessa questão, poder-se-ia dizer que os mestres não permitiam que as mulheres crentes estivessem sem véu, algo nunca ouvido nas congregações cristãs... O apelo final de Paulo, à prática de todas as congregações, tinha um valor especial na tão democrática Corinto».

«... nós...», isto é, o próprio apóstolo Paulo, os demais apóstolos, as igrejas cristãs locais e a sua liderança em geral. «A alusão às igrejas de Deus se reveste de grande ênfase, como um ponto decisivo para a solução dessa pendência, ficando abafada qualquer tentativa de contenda. Poder-se-ia dizer que temos aqui um genuíno elemento católico, posto em oposição ao particularismo dotado de opiniões próprias». (Kling, in loc.). «.. .se alguém quer ser...', isto é, se alguém pensa ser próprio, se alguém assim preferir, depois de todos os meus argumentos, ainda assim contender; se alguém pensa que está com a ‘razão’, há aqui a reprovação da atitude de auto-suficiência e espírito contencioso em Corinto (I Cor. 1:20). Não temos tal costume, como o de mulheres a orarem sem ‘véu’... e nem as igrejas. O uso universal não é um teste infalível da ‘verdade’, mas é um teste geral da ‘decência’». (Faucett, in loc.). «...contencioso...» No grego temos a palavra «philoneikia», que se deriva dos vocábulos «phileo», gostar, e «neikos», querela, contenda. Os crentes de Corinto se inclinavam para a fraqueza desse tipo de pecado, conforme nos mostram os primeiros capítulos desta epístola.”

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