jueves, 17 de febrero de 2011

VAIDADE É INERENTE A HUMANIDADE




Abaixo transcrevo parte da carta de Victor Renault ao seu irmão na Europa onde ele conta uma experiência que teve com uma tribo indígena. Victor observou que mesmo os povos culturalmente mais atrasados também são vaidosos e que isso é uma mal que acompanha a humanidade. (Pelo teólogo Valdemir Mota de Menezes)


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Logo sou assaltado pelos Nak-Nanukes ( habitantes
das montanhas ) e pertencentes a grande família dos Botocudos, selvagens
nômades, antropófagos e muito ferozes. Eu tinha um intérprete que
lhes faz compreender que não lhes quero nenhum mal, e que eu lhes trazia
presentes(...). Eles são negros, é verdade, quando eles estão em guerra ou
na caça, porque eles se pintam o corpo com a fruta do Jenipapo ( Genipa
Brasiliensis ), uma rubiácea, o que lhes impede de ficar muito a vista no
meio dos tufos de árvore.


Eles estão inteiramente nus, homens e mulheres, e não se dignavam mesmo
a esconder a nudez com fizeram Adão e Eva. Eu era o primeiro homem
que eles viam, por isso quantas exclamações vendo nossas vestimentas,
nossas armas, nossos víveres, que eles não conheciam, e sobretudo o sal
que os obrigava a raspar a língua, e a gritar ( muguang - Krok ) água de
fogo. Apesar de que estas damas estejam inteiramente nuas, elas acharam
apesar disso um meio de dar curso à sua vaidade, que ao que parece,
é inerente a humanidade. (...) Quando nos salões dourados, eu vejo nobres
damas, e belos senhores, se entregarem ao prazer de um galope, eu imagino
a dança dos selvagens, e sua cadência, e eu tenho vontade de rir.

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