Escriba Valdemir publica livro COMPÊNDIO TEÓLOGICO SOBRE O VÉU. Mais de 300 páginas na qual argumenta sobre o mandamento das mulheres usarem véu.
(Parte do livro)
FUNDAMENTO BÍBLICO DA DOUTRINA DO VÉU
(Parte do livro)
FUNDAMENTO BÍBLICO DA DOUTRINA DO VÉU
Consideremos o que diz a Bíblia, citando I Coríntios
11.2–16. Ao começar esta análise peço que leia o texto abaixo, com singeleza de
coração, sem armar o cérebro para rebater ou repudiar o que está escrito. Leia
com a simplicidade de uma criança, pois assim será mais fácil entender e
aceitar, do que ler como um filósofo ou advogado, procurando “brechas” para
defender uma causa já pré-concebida.
2 Ora, eu vos louvo, porque em tudo vos
lembrais de mim, e guardais os preceitos assim como vo-los entreguei.
3 Quero porém, que saibais que Cristo é
a cabeça de todo homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo.
4 Todo homem que ora ou profetiza com a
cabeça coberta desonra a sua cabeça.
5 Mas toda mulher que ora ou profetiza
com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça, porque é a mesma coisa como se
estivesse rapada.
6 Portanto, se a mulher não se cobre
com véu, tosquie-se também; se, porém, para a mulher é vergonhoso ser tosquiada
ou rapada, cubra-se com véu.
7 Pois o homem, na verdade, não deve
cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus; mas a mulher é a glória do
homem.
8 Porque o homem não proveio da mulher,
mas a mulher do homem;
9 nem foi o homem criado por causa da
mulher, mas sim, a mulher por causa do homem.
10 Portanto, a mulher deve trazer sobre
a cabeça um sinal de submissão, por causa dos anjos.
11 Todavia, no Senhor, nem a mulher é
independente do homem, nem o homem é independente da mulher.
12 pois, assim como a mulher veio do
homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo vem de Deus.
13 julgai entre vós mesmos: é
conveniente que uma mulher com a cabeça descoberta ore a Deus?
14 Não vos ensina a própria natureza
que se o homem tiver cabelo comprido, é para ele uma desonra;
15 mas se a mulher tiver o cabelo comprido,
é para ela uma glória? Pois a cabeleira lhe foi dada em lugar de véu.
16 Mas, se alguém quiser ser
contencioso, nós não temos tal costume, nem tampouco as igrejas de Deus.
A REBELDIA DAS CRISTÃS DE CORINTO
Alguns teólogos e outros líderes cristãos têm
inventado as mais estapafúrdias explicações para falar que a ordem paulina
sobre o véu era exclusivamente para a Igreja de Corinto, não sendo um
mandamento universal para as demais igrejas.
Mas a tradição bíblica da mulher cobrir a cabeça durante a oração não é
confinada ao tempo do Novo Testamento do Apóstolo Paulo. Esta era uma prática
comum no Antigo Testamento, bem como evidenciado pelos seguintes escrituras
registradas no Antigo Testamento:
Gênesis 24.65: E disse ao servo: Quem é
aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é meu
SENHOR. Então tomou ela o véu e cobriu-se.
Gênesis 38.14: Então ela tirou de sobre
si os vestidos da sua viuvez e cobriu-se com o véu, e envolveu-se, e
assentou-se à entrada das duas fontes que estão no caminho de Timna, porque via
que Selá já era grande, e ela não lhe fora dada por mulher.
Gênesis 38.19: E ela se levantou, e se
foi e tirou de sobre si o seu véu, e vestiu os vestidos da sua viuvez.
Ruth 3.15: Disse mais: Dá-me o véu que
tens sobre ti, e segura-a. E ela a segurou; e ele mediu seis medidas de cevada,
e lhas pôs em cima; então foi para a cidade.
Assim, é claramente estabelecido em evidência
bíblica de que o véu era um costume na qual as mulheres deveriam cobrir a
cabeça. Nos tempos do Antigo Testamento isto era verdade tanto em um contexto
social quanto religioso. No Novo Testamento, tornou-se uma exortação de
destaque para as fiéis na igreja de Corinto.
Uma vez que, na época do apóstolo Paulo, o uso do
véu (ou não usá-lo) tinha tantas implicações sociais e religiosas, vale a pena
se aprofundar nestes aspectos para ter uma clara compreensão e apreciação desta
prática bíblica. Aparentemente, esta prática social no mundo greco-romano foi uma
influência Oriental. Porque em terras orientais uma mulher com véu simbolizava
a honra e a dignidade feminina. Com um véu em sua cabeça, ela era capaz de ir a
qualquer lugar em segurança e profundo respeito. Na visão Oriental a autoridade
de uma mulher e dignidade desaparece quando ela não se cobria com o véu.
Durante o início da vida do apóstolo Paulo, na
cidade de Tarso, este foi o procedimento social dominante. Apesar de Tarso ser
uma cidade greco-romana, foi marcada pela cultura oriental, e não grega. Assim,
nos seus dias a dignidade da mulher dependia em grande sentido dela usar o véu.
Por outro lado, as mulheres que apareciam em público com a cabeça descoberta eram
consideradas de má reputação. Elas eram consideradas como mulheres desonrosas,
e de caráter questionável.
A história nos diz que algumas das mulheres
convertidas na igreja de Corinto se recusavam a cobrir-se com seus véus durante
o culto, assim, praticamente alegando autoridade igual ao dos homens. Uma vez
que o Apóstolo Paulo ensinou que "não pode haver macho ou fêmea; porque
todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gálatas 3.28), algumas das mulheres
aparentemente sentiram que a subordinação social aos homens deixou de ser
aplicável. Assim, elas tomaram a liberdade de não usar véu. Obviamente, isso
deu uma má impressão e trouxe em certa medida opróbrio sobre o cristianismo.
Assim, o Apóstolo Paulo tomou as medidas adequadas e dirigidas aquelas cristãs
da Igreja, determinando que elas deveriam usar véu como as demais cristãs das
outras igrejas do mundo, dirigindo assim sua primeira epístola aos Coríntios.
AUGUSTUS NICODEMUS
O pastor Fabiano Antonio Ferreira cita o Dr.
Augustus Nicomedus para reforçar a tese de que a igreja de Corinto estava se
rebelando contra a doutrina do véu que era observada por todas as igrejas
cristãs da época apostólica:
O Dr. Augustus Nicodemus Lopes, erudito reformado conservador, ao
analisar 1 Co 11.2-16, chegou à conclusão de que a posição das mulheres da
Igreja de Corinto era diametralmente oposta à prática de todas as igrejas do
NT, e apresentou até mesmo uma alternativa para “os estudiosos que já perderam
a esperança de poder sistematizar, de forma harmônica, as passagens do Novo
Testamento que tratam, por um lado, da igualdade ontológica do homem e da
mulher, e por outro lado, da diferenciação em suas funções”. Pois uns dizem,
segundo Lopes, que o ensino de 1 Co 11.2-16 foi causado pela cultura da época e
pelas circunstâncias prevalecentes na cidade de Corinto. Lopes continua:
“Outros insistem que Paulo estava condicionado pela cultura predominantemente
machista e patriarcal de sua época, que suas palavras são condicionadas
culturalmente e, portanto, inadequadas para as culturas e sociedades
pós-modernas” do século XXI. Assim, Lopes apresenta uma alternativa a essas
soluções de desespero, dizendo:
“Tais soluções de desespero deixam de perceber alguns pontos simples. O
principal é a distinção entre o princípio teológico supracultural e a expressão
cultural deste princípio. Enquanto o uso do véu é claramente um costume
cultural, ao mesmo tempo expressa um princípio que não está condicionado a
nenhuma cultura em particular, que é o da diferença fundamental entre o homem e
a mulher. O que Paulo está defendendo é a vigência desta diferença no culto – o
véu é apenas a forma pela qual isso ocorria normalmente em cidades gregas do
século I. Além disso, Paulo defende a apresentação diferenciada da mulher no
culto usando argumentos permanentes, que transcendem cultura, tempo e
sociedade, como a distribuição ou economia da Trindade (1 Cor 11.3) e o modo
pelo qual Deus criou o homem (1 Cor 11.8-9) . Acresce ainda que Paulo defende o
uso do véu em Corinto apelando para o costume das igrejas cristãs em geral (1 Cor
11.16), o que indica que o uso do véu não era prática restrita apenas à cidade
de Corinto, mas de todas as igrejas cristãs espalhadas pelo mundo grego”.
Catacumba de Priscila, Roma
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